Falar de trabalho em equipe no século XXI é entrar de cabeça na colaboração de forma genuína e superar de vez o medo de não ser bom o bastante. A competição já era. O momento agora é nos despirmos do orgulho e nos jogarmos de cabeça na coragem em ser quem somos e fazer valer nossos valores mais profundos. É aceitar as diferenças a nossa volta porque temos consciência e aceitamos as nossas próprias diferenças e limitações.
Inúmeras experiências encorajadoras a respeito de como um pequeno grupo de pessoas pode estar a serviço de uma cultura de mudança, tem se mostrado um caminho eficaz para sabermos surfar no cenário VUCA e pegar a onda da mudança sem parecer que estamos com o piano nas costas o tempo todo.
Basta lembrar que dentro de cada um de nós existe uma criança gritando para que sua voz seja ouvida e de uma vez por todas falar o que pensa e de preferência sem ser criticada e julgada. Quando estamos em grupo este efeito é multiplicado, porque no fundo, o que todos esperam é reconhecimento, pertencimento e aceitação.
É uma jornada de autoconhecimento que inicia em nos ouvirmos verdadeiramente e sermos tolerantes com os nossos erros (aprender a olhar, a ouvir, a interagir), assim nos prepararmos para estar a serviço de iniciativas, projetos e programas comuns de mudança. Para estarmos inteiros e ajudar nossos colegas de trabalho e porque não amigos e família passarem por suas transições psicológicas, passa a ser chave compreender as emoções individuais. Isso é uma atitude de Agente da Mudança.
Quando abrimos espaço para o novo e aumentamos a nossa consciência individual, saímos do mundo exclusivamente técnico para adentrarmos no mundo humanístico. Assim temos a possibilidade de criarmos ambientes de confiança, respeito e delegação. Não tem como sermos colaborativos se estamos na crença do desvalor, do desamor ou do desamparo, segundo Aaron Back, psiquiatra Norte Americano.
Quer ver como é fácil ser ágil e ao mesmo tempo colaborativo? Práticas simples como diálogos cafés, preenchimento coletivo de Canvas com perguntas chave e simples para a leitura de um cenário, utilizando talentos distintos gera um baita ambiente criativo a nossa volta. Um determinado problema é resolvido em minutos, vozes são ouvidas e o que é melhor, com total permissão ao erro. Claro, segundo a metodologia ágil os lideres precisam deixar claro o MVP (Miminum Value Product), ao mesmo tempo que saber delegar com confiança abre oportunidade para a pratica de claros feedbacks e assim todos aprendem. E se errar? É só voltar a trás e refazer. Isso é o que eu chamo de empoderar as pessoas. Tem risco? Sim, como tudo que é vivo na vida. Podemos não concluir um problema, perder o foco do propósito do negócio ou mesmo nos perdermos da missão de um projeto de mudança. Mas se os nossos valores estão sendo levados em conta, e o sentido de pertencimento e motivação estão presentes, tudo se resolve. Por que este fenômeno ocorre? Porque faz parte da natureza humana a necessidade de conexão.
É assim que a cultura Ágil está apoiando o desenvolvimento emocional das pessoas. Estamos sendo convidados a ter agilidade emocional. Com um prazo menor para a concepção de produtos e serviços, estamos estimulando um imenso ambiente de troca e cuidado humano. Os erros precisam ser incentivados, pensamentos necessitam vir a tona sem julgamento. A resposta é na hora, o sentimento de rejeição precisa ser cuidado, entendido e superado no mesmo instante.
As respostas tem pouquíssimo tempo para serem encaminhadas e todas as emoções afloram de uma vez só, on line – real time.
Quando o prazo de entrega da mudança é curto, não temos mais tempo para “mimimi” e a resistência à mudança precisa ser compreendida de maneira ágil. As práticas do lean change management é um exemplo clássico deste cenário e está tocando em pontos muito importantes onde experimentos, insights e opções são momentos de troca para um mind set focado na cultura Agilista.
Com as práticas do lean change management o gerenciamento de mudanças de cima para baixo deve ser substituído por visões e diretrizes “enxutas”. Sob esse guarda-chuva, os projetos de desenvolvimento individuais devem se desenrolar como processos de inovação conscientemente gerenciados e que incentivam a criatividade e a aprendizagem de baixo para cima.
Perguntas como: por que estamos criando de forma coletiva resultados que ninguém mais quer? Estão sendo respondidas a cada grupo reunido a serviço da cultura Ágil.
Segundo Otto Scharmer, uma mesma pessoa, em uma mesma situação, fazendo sempre a mesma coisa, pode produzir um resultado totalmente diferente dependendo do lugar interior a partir do qual essa ação está vindo.
Portanto, crie círculos nos quais podemos nos manter uns aos outros na futura intenção mais elevada. Montar redes passa a ser a maneira mais simples de “esvaziarmos a xícara” para estarmos abertos ao aprendizado coletivo.
Oriente a mudança a partir de pequenos experimentos e feedbacks, para que cada nova ideia possa se adaptar ao contexto almejado.
Prepare-se com um conjunto de perguntas que possa estimular o seu entorno a trazer mais e mais insights não pensados anteriormente.
Meça e torne visível as opções de possíveis ações a serem feitas. Nem todos conseguem visualizar os benefícios de uma mudança sem que possamos mostrar com precisão dados e fatos.
Planejar é importante mas o termômetro da direção serão sempre as pessoas.
Siga o Lean Change Management Manifesto (Beta) – Puxar mais que empurrar; Contato mais que ferramentas e práticas; Orgânico mais que prescritivo e Crescimento mais que perfeição.
Recentemente fiz uma certificação em Lean Change Management e aprendi que identificar um pequeno grupo que possa ajudar a disseminar a mudança faz sentido. Aproveitar pedacinhos das várias metodologias de Gestão da Mudança, ganhamos essência. Nem sempre a estratégia é atuar na resistência, mas investir um tempo para compreender o que de fato está provocando a resistência. Este conjunto de ações, acelera o cuidado individual em seu processo de autoconhecimento e credencia o seu papel de Agente de Mudança a atuar e colaborar neste cenário da Cultura Ágil.
Aprenda a desaprender e a sair do comando e controle. Contribua para a agilidade emocional e seja feliz!
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