A importância da educação para a sustentação da mudança

*Katia Soares

Como diria o grande educador brasileiro Paulo Freire, a educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo.
E assim ele nos inspira a refletir sobre o tema sustentação a partir da educação. Sustentação vem do aprendizado e, portanto, educação – sempre um ato de amor – é tema central dentro do processo de sustentação da Mudança.

A aprendizagem desperta mudanças positivas nas pessoas e em seu entorno. Todas as vezes em que um ser humano desperta algum bem no outro, ocorre a educação, tenham os protagonistas consciência ou não disso. A chave é respeitar a individualidade do educando. Por isso é tão importante o auto-conhecimento para começar esta jornada.

Educar é desenvolver as capacidades necessárias e, mais que isso, é desenvolver as pessoas no que elas possuem como talentos naturais. Após um movimento de transição, o ser humano avança em seus conhecimentos em direção a um pensar mais claro, pois se amplia sua visão sobre as inter-relações, impactos e consequências da mudança.
Eventuais atitudes egocêntricas podem ser suavizadas no nível do sentir, uma vez que o indivíduo aumenta sua esfera de dedicação, levado a acolher e considerar as necessidades de diferentes stakeholders.
Ele cresce também na empatia e na aceitação da diversidade. Após alguns processos profundos de mudança organizacional e transição interna, muitos indivíduos relatam encararem a vida de outra forma. O diálogo aumenta
e o espaço coletivo fica mais enriquecedor. Parece que as pessoas adquirem mais sabedoria e desenvolvem habilidades para construir relações de qualidade no nível do querer.

De acordo com a Unesco, quatro passos podem ajudar bastante o processo de aprendizagem do ser humano que almeja a mudança:

 Aprender a conhecer – O ser humano pensa, sente e quer coisas de forma diferente. Isso significa que os estímulos e aprendizados para cada um são diferentes. A pergunta aqui para o Agente da Mudança é: Qual canal sensibilizará as pessoas a conhecerem a mudança?

 Aprender a fazer – Na medida em que o ser humano experiencia seu pensar, sentir e querer, ele fica mais preparado para atuar em grupo. A pergunta para o Agente da Mudança aqui é: Que capacidades precisam ser desenvolvidas?

 Aprender a viver com outros – A palavra de ordem aqui é a aceitação as diferenças. Falo aqui de conhecimento tanto técnico, quanto moral. A pergunta a ser respondida é: Os valores individuais estão sendo levados em conta?

 Aprender a ser – Se todos os outros passos forem trabalhados, este último acontecerá por consequência. Conheço-me de fato para poder auxiliar uma mudança e transição? Essa pergunta não deveria nunca sair da cabeça do Agente da Mudança.

Para a eficácia de todo este movimento, é fundamental envolver a liderança na construção de uma nova cultura ou mesmo na mudança de uma pequena ação, um pensamento, uma nova forma de atuação. Isso significa ampliar o conhecimento deste público para um novo estilo de gestão e mostrar seus impactos e decorrências. Por onde começar?
Talvez evidenciando alguns comportamentos diários como:

Seja simples, claro, preciso e consistente;
• Veja a comunicação como parte integrante do processo de mudança;
• Faça um follow-up; inclua no planejamento, mecanismos de checagem;
• Construa credibilidade por meio da honestidade;
• Responda a críticas e rumores com a verdade;
• Use a voz do cliente quando for o caso;
• Prestigie quem se mantém firme, mesmo com as incertezas da mudança;
• Não culpe o passado;
• Permita tempo e oportunidade para as pessoas entenderem e questionarem
a natureza das mudanças.

O grande desafio à sustentação da mudança, é manter as ações de engajamento dentro de uma lógica calcada no planejamento e ao mesmo tempo desperto para ouvir, ser flexível e pró-ativo. Discretamente e de forma contínua conquistar o que se costuma chamar de share of mind e share of heart da organização e das pessoas.

Quando termina a mudança? Bem, ela não termina. Se o Agente da Mudança cuidou bem das expectativas, do alinhamento de acordos e da expansão das capacidades, a mudança será perene. Os desafios do mundo empresarial são contínuos, então o ciclo de gerir mudanças também o é.
Todo líder que entender que seu papel é ser um Agente da Mudança, precisa cuidar para manter esta chama acesa junto a sua equipe. Esta equipe poderá ser desmobilizada a qualquer época, porém, o Agente da Mudança continuará atuando aonde quer que as necessidades e os desafios se apresentem.

Vamos juntos?

Katia Soares é a Criadora da Agentes da Mudança, Consultora especializada em Gestão de Mudança, Mentoring e Executive Coaching.

Por |2017-10-30T11:45:17-02:0022 de novembro de 2016|0 Comentários

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