*Katia Soares
Ao longo dos séculos, buscamos ampliar a nossa consciência à medida que passamos pelos aprendizados que a vida nos oferece, seja no convívio com a sociedade, no trabalho ou junto à nossa família. Em todos esses momentos, estamos a serviço de algo ou de alguém. O que talvez esteja ficando claro é que, a partir da convivência, reconhecemos uns aos outros como individualidades, diferentes e únicos em nossas capacidades, mas ao mesmo tempo, semelhantes no que tangencia as nossas potencialidades. Sim, somos seres humanos com potencial de crescimento igual para todos. Isso significa que temos condições de mudar a nós mesmos e, ao mesmo tempo, apoiar o nosso entorno, desde que o foco de atenção não seja o interesse próprio e, sim, o bem comum.
No mundo organizacional, aprendemos rápido o jogo do poder, do dinheiro, da manipulação, do sistema de comando, e esquecemos a importância do amor e da criatividade. Deixamos para trás o significado da união e da cooperação, responsáveis por nosso crescimento interior e potenciais criativos para realizar qualquer coisa desejada. E como consequência dessa distração, vem se acumulando o que chamamos de ‘caos’, em que pouco foi criado para, de fato, exercermos a cooperação mútua.
O que não compreendemos ainda é que, exatamente no momento do caos, temos a oportunidade de criar a partir da desconstrução de ações e ideias pré-concebidas. No campo do trabalho, esse crescimento interior deu lugar ao pensar, raciocínio lógico que por muito tempo traduziu a inteligência. Era por ela que as pessoas eram reconhecidas e recompensadas. Com o tempo, os indivíduos acabaram descobrindo outro tipo de inteligência, aquela que vem do sentir. Assim, atualmente, muita gente já está reaprendendo a pensar com o coração.
Qual o resultado disso? A união do técnico com o humanístico, a abertura da fronteira entre o racional e o emocional. E com esse novo aprendizado, começam a surgir algumas lições:
● Para minimizar o impacto e o sofrimento que as mudanças causam nas pessoas, é fundamental contar com líderes conscientes do seu papel de Agente da Mudança e capacitados para conduzir a transição de indivíduos e grupos;
● Quando conduzimos mudanças ancoradas em conceitos de essência (arquétipos) que atuam sobre as pessoas e, coletivamente, sobre as organizações que as abrigam, a transição também tem de acontecer internamente em cada indivíduo, naquilo que lhe é mais sutil, isto é, em seu pensar, sentir e querer;
● A união da mudança organizacional com a transição do indivíduo é fator-chave para sustentar a qualidade de vida das pessoas no trabalho e garantir a sustentabilidade da mudança;
● É crucial ter cuidado com as pessoas, com o tocar de corações e com a urgência de entender que precisamos parar de julgar e começar a olhar os indivíduos à nossa volta como seres cheios de necessidades, que precisam ser considerados em todo processo de mudança decentemente conduzido;
● Precisamos estar despertos para o nosso autodesenvolvimento se quisermos, de fato, ser Agentes da Mudança nas organizações em que atuamos, quer como líderes, quer como consultores de desenvolvimento organizacional;
● Só pode ser integrado o que for devida e cuidadosamente separado, e isso nos leva a um chamado urgente rumo ao nosso autoconhecimento e autodesenvolvimento.
Ninguém falou que iria ser fácil. Se voltarmos a acreditar em nós mesmos, vamos fazer a coisa certa. Estamos em um momento de tomar decisões. Não mais por medo, e sim por amor e pelo coração. Precisamos perdoar o passado e refletir sobre como queremos viver a vida. Assim, aos poucos , vamos voltando ao novo sistema. Um sistema onde estamos a serviço de todos, aprendendo a conviver em comunidade para poder lembrar quem devemos ser. Precisamos unir o oposto com nós mesmos, sem julgamentos, sem inferências. O jogo é amar e crer que somos luzes e estamos cheios de experiências. O que precisamos agora é acreditar em nós mesmos; perceber que estamos, mais do que nunca, em tempos de mudança; e que, para estar alertas e estimular a coisa certa, precisamos fazer a nossa parte. Estamos novamente aprendendo a nos integrar.
A vida de Nelson Mandela é um grande exemplo de educação e por onde começar: uma história de perseverança para superar adversidades, de coragem para encarar os desafios mais difíceis, de clareza moral para promover a reconciliação e a paz. Madiba – como o ex-presidente da África do Sul era chamado, numa referência ao clã a que pertencia – ensinou ao mundo que a dignidade de mulheres e homens é a única fundação sobre a qual se constroem sociedades justas. Ele nos mostrou que a paz não é somente um ideal ou algo abstrato, mas um modo de vida, um caminho para interagir com os outros e com o mundo. Mandela foi um ser humano iluminado que honrou e compartilhou valores que o inspiraram.
Em um mundo onde as sociedades estão se transformando e todos enfrentam pressões crescentes, é importante honrar os princípios morais estabelecidos por Nelson Mandela. Respeito, compreensão mútua e reconciliação são os fundamentos mais fortes para a paz e a liberdade. Nesse espírito, devemos ajudar os outros, ultrapassar todas as barreiras divisórias e apreciar o mundo em que vivemos. Estamos em uma era em que podemos abraçar esses conceitos e viver sabendo quem somos nós e que temos potencialidades infinitas para apoiar os nossos tempos de mudança – que exigem preparo. Um preparo que nos dará mais bagagem para apoiar as nossas gerações futuras a partir de novas ações, expressões e conexões. Vamos começar?
*Katia Soares é criadora da Agentes da Mudança, Escritora, Consultora especializada em Gestão de Mudança Organizacional, Mentoring e Executive Coaching.
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