“Não sois máquinas, homens é que sois” – Charles Chaplin
*Katia Soares
Vivemos na era da re-conexão com as pessoas. Com certeza, a combinação da cabeça com o coração será uma vantagem competitiva.
Já fomos longe demais com a tecnologia e ciência. Sem sombra de dúvida, ela nos ajuda a enfrentarmos o contexto da velocidade e prontidão das informações. Internet, Orkut, MSN, Youtube, Iphone, Skype, Google, entre outros, são meios, e como meios nos trazem a ciência das coisas.
Em uma análise mais expandida, os indivíduos estão percebendo que vivem num mundo conectado com o todo. Seja no trabalho, em sua residência, na escola, no clube ou em outros tantos locais, a rede é uma só. E é a mágica do entendimento de que todos nós estamos ligados em uma rede viva que nos motiva a sentir pertencentes e cúmplices do Universo.
Isso gera um impulso de cuidarmos dos nossos pensamentos para mantermos um ambiente saudável. De sabermos nos respeitar para respeitar o outro. De sermos sensíveis em nossas relações permitindo o envolvimento e o amor surgir, porque estaremos gerando sentimentos de fé e crença ao nosso redor. E por fim, nos faz agir com mais responsabilidade, no momento que entendemos que uma ação, por menor que ela seja, afetará outra pessoa.
Diante deste cenário, se faz necessário refletir sobre nosso atual papel neste contexto. Como me posiciono em um mundo tecnológico? Que atitude devo ter para apoiar a velocidade e a complexidade das informações? Como me conectar comigo mesmo e com os outros?
A tecnologia nos permite estar cientes das coisas, mais a consciência da ação é individual. É somente através da consciência, que o campo das possibilidades nos é revelado. Estar consciente é poder sentir as coisas e não somente pensar e agir. É estar livre para poder apoiar o outro na sua essência. É enxergar o que está atrás da ferramenta, dos erros, da demora do processo.
E porque estou falando isso? Porque na era do Hitech precisamos desenvolver o Hitouch. Isso significa “prestar atenção em você e nos outros à sua volta”, além de falar, digitar, imprimir, ler ou simplesmente responder a uma pergunta.
Para que as nossas ações sejam feitas de modo responsável, precisamos nos preocupar com a maneira que iremos realizá-la. Por que isso é importante? Porque estamos o tempo todo lidando com seres humanos que precisam da nossa percepção, que nos fazem sair do papel de críticos e julgadores para sermos protagonistas e empreendedores. Isso significa estarmos presentes no nível do sentir e não somente no pensar e no realizar das coisas.
A consciência do que está atrás das ferramentas permitirá apoiar pessoas que aguardam a nossa percepção, a partir do momento que entendemos que o aprendizado e o conhecimento é construído.
Por mais que recebamos informações em palestras, cursos, livros e outros meios, estaremos aumentando a ciência das coisas. A consciência inicia a partir do momento que tomamos a decisão de mudar nossas atitudes e começarmos a liderar por exemplos. Isto significa explorar ações e gerar oportunidades para o crescimento coletivo.
Isso muitas vezes exige um novo começo e um novo olhar. Um olhar para dentro de nós. Uma decisão que nos direcione a entender quem somos nós de fato? Qual é o nosso verdadeiro talento? Como posso ser um líder servidor? Um líder que entende que seres humanos pensam, sentem e querem coisas diferentes. Um líder que elogia, reconhece e apoia a correção de erros. Um líder que substitui críticas por ações corretivas e soluções.
Líderes, acima de tudo são Seres Humanos. Seres estes que, ora estão no papel de gerentes, ora no papel técnico, mas são indivíduos com histórias, questões, necessidades diferentes e, portanto, esperando o nosso respeito e o nosso apoio.
Isso é estruturar e construir “um mundo Hitouch”. Ferramentas apoiam, mas o diferencial estará em qual caminho incentivar. O caminho da instrução (hermético, ditatorial, sala de aula, envolvimento racional, com críticas e julgamentos) ou o caminho da descoberta (aberto, construído a partir das experiências, conhecimento da vida e do trabalho, com envolvimento emocional e cheio de soluções)? Vocês decidem qual querem seguir.
(*) Katia Soares é a Criadora da Agentes da Mudança, Consultora especializada em Gestão de Mudança, Mentoring e Executive Coaching.
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