Parece óbvio o título desse artigo, mas, uma coisa é ser óbvia, outra coisa, é saber dialogar.
O diálogo, que significa, troca de ideias, busca de entendimento, acordo, etc., deve ser visto hoje como grande instrumento no apoio às transições para mudanças.
Não é exagero, o modelo vertical de liderança está cada vez mais obsoleto face às novas tecnologias e mudanças no modo como a empresa cria valor e interage com clientes. Gerenciar a comunicação é o principal papel do líder e como ele conduzirá o fluxo de informação é o que trará dinamismo aos processos.
Não é uma tarefa simples, a velocidade com que os fatos acontecem é impressionante, além da tecnologia posso destacar também a valorização do conhecimento sendo necessária criação de estruturas para processar e compartilhar informações; a transposição das fronteiras culturais exigindo interações fluidas e complexas; a mudança organizacional se tornando cada vez mais horizontal.
Para os líderes e agentes de mudança, ter uma ferramenta que ajude na compreensão das necessidades e que possibilite fortalecer as relações é fundamental.
Compartilho aqui o modelo proposto por Boris Groysberg e Michel Slind que após dois anos de pesquisas em mais de 100 empresas, demonstra através de quatro pilares o que denomina diálogo organizacional, que são: intimidade, interatividade, inclusão e intencionalidade.
Por uma questão semântica, vale a pena discorrer o teor desses pilares. A intimidade quer dizer a proximidade, minimizar o espaço propicia aumento da confiança e desenvolvimento de uma escuta ativa. Este modelo substitui a velha distribuição de informações de cima para baixo e passa a acontecer troca de ideias de baixo para cima.
Claro que podemos perguntar, e a distância espacial? É nesse momento que os recursos tecnológicos entram em ação, os canais da empresa precisam ser normatizados e estruturados também para gerar oportunidade e conteúdo pela linha de frente, o que é denominado de fato, interatividade. Um bom espaço para conferência com ótimo recurso audiovisual já seria um bom passo.
A inclusão não é somente uma questão de participação, mas uma efetiva colaboração na exposição de ideias alinhadas com o propósito da organização, gerando conteúdo e valor.
Por último, a intencionalidade, onde o líder precisa direcionar o diálogo e por isso deve difundir a estratégia através de uma agenda clara para fundamentar toda a comunicação. O líder deve também conduzir a conversa de maneira explícita com o trabalhador sobre a visão e a lógica na base das decisões tomadas pela administração. Como resultado, pessoas em todos os níveis adquire uma visão panorâmica da posição da empresa no entorno competitivo e nesse momento criamos os embaixadores da missão.
Com estes pilares entendo que o dialogo não é apenas uma simples conversa e sim, algo estruturado, pensado, embasado em conhecimento e discernimento, com começo meio e fim. Para finalizar, uma frase de Walter Scott, romancista escocês, que elucida bem o que lemos até aqui:
“Acontece às vezes que uma flecha lançada ao acaso atinge o alvo que o arqueiro não queria; muitas vezes uma palavra pronunciada sem desígnio lisonjeia ou magoa um coração infeliz dividido entre o prazer e o medo” – Walter Scott
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